Sta SENHORINHA (924-982). Natural de Vieira do Minho era
prima de S.Rosendo e viveu num mosteiro de Cabeceiras de Bastos de que restam apenas
vestígios arqueológicos. Apesar de só no séc. XVIII o ofício de StaSenhorinha
ter entrado no Breviário Bracarense, já desde o século XIII esta festa fazia
parte dos calendários da Igreja e das Ordens monásticas. Os primeiros reis de
Portugal eram dela devotos.
AHA DA SIRIA (~457-556). Antigo escravo persa, converteu-se
à fé cristã com o seu amo. Aos dezoito anos fez-se monge e mais tarde fundou
mosteiros na região de Ninive, na Síria. Visitou Jerusalém, Antioquia, e
Constantinopola. Pregou O Evangelho aos Arménios.
Actos 3,13-15, 17-19 ; Sal 4, 2-4. 7. 9 ; 1 João1-5a ;
Lucas 24, 35-48
“É Ele !”
“Vêde as Minhas mãos e os Meus pés…” Porquê esta insistência
de Jesus em mostrar as Suas chagas ? Porque se tratava de manifestar que O
Ressuscitado era O próprio Jesus, O mesmo que vivera com os discípulos, que tinha
comido e bebido com eles e morrera cravado numa cruz.
A vida de Jesus na terra não foi um mero parêntesis ;
embora, partilhando a Glória dO Pai, Ele ficou indelevelmente marcado por tudo
o que viveu durante os seus tinta e três anos. A amizade partilhada, os humanos
laços tecidos ao longo da vida não foram apagados com a morte e ressurreição. Esses
laços perduram e são motivo da nossa esperança.
A Ressurreição de Cristo e a nossa não veio destruir o que
somos, veio antes transfigurá-lo, conferindo-lhe plena e inteira realidade. Também
nós, tal como os discípulos, podemos desenvolver já neste mundo a amizade com
Jesus, se escutarmos a sua Palavra e partilharmos O seu Corpo e Sangue na
Eucaristia que nos mandou celebrar.
Essa amizade nunca há-de passar ! “Era necessário que se
cumprisse tudo o que está escrito a Meu respeito” Quando Cristo diz aos
apóstolos :“era necessário”, ensina-os a reconhecerem que, com o passar dos
dias e dos milénios, se faz a lenta mas segura maturação da humanidade nova que
um dia se reunirá n’Ele. É esta a verdadeira“compreensão das Escrituras”. Não
significa portanto que tudo já estivesse escrito, programado, mas apenas que
tudo estava na linha do Desígnio de Deus. Então todas as coisas ficaram claras
para os discípulos: compreenderam que O Deus do Amor e do Perdão não podia
deixar de levar até ao fim O Seu Amor e O Seu Perdão. Certamente que a Aliança
do perfeito amor entre Deus e a humanidade só seria possível selar-se no
homem-Deus, n’Aquele que “É” o próprio Amor.
Para nos arrebatar à morte – na Luz da Ressurreição – “era
necessário” que Ele próprio experimentasse a morte. Para nos ensinar a vencer o
ódio com a força única do amor “era necessário” que Ele afrontasse o ódio e o
escárnio. Para inaugurar a nova humanidade capaz de conhecer O Pai, “era
necessário” que viesse revelar-nos a verdadeira face de Deus sob o Seu rosto
humano: “Quem Me vê, vê O PAI”.
Este “era necessário” foi explicado a Pilatos pelo próprio
Jesus, no decorrer da Sua Paixão: “Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho
da verdade…” João 18, 37.