Liturgia Semanal

Inspirado nas Meditações Bíblicas. Irmãs Dominicanas de Taulignan. Supl. Panorama. E. Bayard. Paris.

4 de maio de 2014

III DOMINGO DE PÁSCOA – 4/MAIO/2014 DIA DA MÃE



Actos 2, 14. 22-33 ; Sal 15, 1-2a. 5. 7-11 ; 1 Pedro 1, 17-21 ; Lucas 24,13-35

A ALEGRIA DE EMAÚS (Luc.24,13-35). Não se sabe ao certo onde fica Emaús. Mas ele não é verdadeiramente um destino. Cléofas e o seu companheiro caminham sem fim, na noite. Como não lembrar-nos do desalento, em certos dias, das nossas comunidades cristãs. Mas será disto que se trata? O relato de Lucas pretende sobretudo inflamar-nos o coração, abrir-nos os olhos, fazer-nos encontrar O Ressuscitado de forma tão sensível como naquelas Suas aparições às primeiras testemunhas. Compreendamos bem o que se passa. Jesus continua igual a Si mesmo, não Se esconde sob disfarce para a seguir Se desvendar, Ele apenas caminha com os Seus discípulos.

SEGUNDA-FEIRA – 5/MAIO/2014 S. ÂNGELO DA SICÍLIA (1185-1219); STA JUDITE (1260)



S. ÂNGELO DA SICÍLIA (1185-1219) Carmelita aos 18 anos, na Palestina, foi enviado a Roma a defender a ordem. Na Sicília combateu os cátaros (albigenses) e foi ali, enquanto pregava na igreja de S.Tiago de Licata, morto pelo marido duma mulher que ele convertera.
STA JUDITE (1260). Viúva muito jovem, esta princesa viveu na solidão, na pobreza e na solidão. A sua conduta virtuosa causou numerosas conversões. É a Padroeira da Prússia.

Actos 6, 8-15 ; Sal 118, 23-24. 26-27. 29-30 ; João 6, 22-29

A OBRA DE DEUS (Act.6,8-15). Não podemos esquecer que Jesus, Estêvão e Paulo foram atormentados e os dois primeiros mortos por homens religiosos convictos e não por perseguidores pagãos. O que estava em questão, era uma certa ideia de Deus, do Seu desígnio para os homens e da atitude a ter com Ele. Estêvão, como Jesus, espanta certos grupos de Jerusalém pela sua tranquila certeza, fruto de um grau de interioridade que lhes era desconhecido, só possível com O Espírito Santo. Estêvão, “cheio de graça e de força (…) com a sabedoria e O espírito que marcavam as suas palavras”, inquieta-os pela sua audácia perante valores que lhes parecia impossível serem contestados : o Templo e a Lei.

TERÇA-FEIRA – 6/MAIO/2014 S. PETRONAX (670-747). S. PETRONAX (670-747).

Abade beneditino. Restaurou o célebre mosteiro italiano de Monte Cassino, destruído pelos lombardos (581) e sarracenos e é por isso considerado o segundo fundador, depois de S. Bento, deste berço da ordem beneditina.



Actos 7, 51-8,1a ; Sal 30, 3cd-4. 6ab. 7b. 8a.17. 21ab ; João 6, 30-35 

ENTRE AS MÃOS DO PAI (Actos 7,51-8,1a ; Salmo 30). Que contraste entre a cena da lapidação de Estêvão, tecida de brutalidade e de ódio, e os versículos do Sal.30 escolhidos como contraponto à primeira leitura ! Este salmo, pronunciado por Cristo do alto da Cruz, retomado pelos primeiros mártires, é a resposta dO Justo perante o desencadear da violência.  Quando um homem aceita deixar de dar livre curso á sua sede de vingança, ele abandona-se entre as mãos dO Seu Pai. “O Teu amor faz-me dançar de alegria: abriste uma passagem à minha frente”.

QUARTA-FEIRA – 7/MAIO/2014 BTA MARIA LUISA TRINCHET (1684- 1759)

Fundadora, com S. Louis de Montfort, das “Irmãs da Sabedoria”, dedicadas ao ensino das crianças e cuidado dos doentes e pobres. Nas “Casas da providência” desta ordem, as Irmãs vivem com os órfãos, os velhos e os deficientes. Foi beatificada, em 1993, pelo papa S.João-Paulo II.

Actos 8, 1b-8 ; Sal 65, 1-3a . 4-7a ; João 6, 35-40

“TODOS AQUELES QUE O PAI ME DÁ” (João 6,35-40). Nós que temos a fé de Cristo, não estamos imunes a um certo farisaísmo: talvez digamos: nós somos os crentes e existem os outros, os não-crentes, senão malditos, pelo menos em risco de o serem. Jesus, neste evangelho, sublinha o carácter absoluta e divinamente gratuito da fé. Não apenas a fé é dom de Deus, mas nós mesmos, crentes, somos entregues pelO Pai a Jesus. Subtileza? Não ! Só O Espírito Santo pode fazer-nos entender o significado de ser entregues pelO Pai a Jesus.

QUINTA-FEIRA – 8/MAIO/2014



Actos 8, 26-40 ; Sal 65, 8-9.16-17. 20 ; João 6, 44-51

“O SEU DESTINO …” (Actos 8,26-40). Mais que sobre“o seu destino”, o texto grego de de Isaías que o eunuco estava a ler, interroga-se sobre “a geração” do servo, sobre a sua “descendência”: “Quem a poderá contar ?” Maltratado pelos que o rodeiam, o profeta servidor é morto; suprimido da face da terra, não terá futuro, não terá descendência. Este texto despertou certamente no eunuco o eco doloroso da sua deficiência: ele não tinha descendência, no seu destino não havia qualquer esperança. Mas porque foi atingido na própria carne, o eunuco pôde acolher o anúncio de Filipe que lhe revela quem é Aquele que cumpriu a profecia por completo. Jesus é O servo humilhado, condenado à morte, aparentemente sem descendência, mas que Deus reergueu dos mortos para lhe gerar uma multidão de irmãos.

SEXTA-FEIRA – 9/MAIO/2014



Actos 9, 1-20 ; Sal 116,1-2 ; João 6, 52-59

“ELE LEVANTOU-SE …” (Actos 9,1-20). O verbo “levantar-se” é um dos que apontam a ressurreição. Este primeiro relato da conversão de Saulo nos Actos dos Apóstolos descreve a entrada do jovem fariseu na Igreja, por meio de um percurso baptismal de iniciação à morte e ressurreição de Cristo. Saulo, derrubado pela visão, fica cego, e permanece três dias na noite, sem beber nem comer, passando pela morte. Mas todo o texto está saturado de verbos de ressurreição: “levanta-te”; “ele ergue-se”. Quando Ananias lhe impõe as mãos, O Espírito de Deus ilumina Saulo e restitui-lhe a vista; o gesto do baptismo manifesta esta saída da morte que é ressurreição.

Saulo recebe então o pão em alimento. O percurso da iniciação cristã está em marcha !

SÁBADO – 10/MAIO/2014 S. JOÃO D’ÁVILA (1499-1569).



Quando STA Teresa de Jesus soube da morte de S. João d’Ávila gritou : “Eu choro porque a Igreja perde uma das suas colunas e as almas um socorro poderoso”. S. Pedro d’ Alcântara também não hesitou em afirmar que ninguém ultrapassava este santo no conhecimento das veredas espirituais. O homem que merecia tais elogios era um teólogo, nascido na alvorada do século de ouro espanhol. Filho de uma família judia convertida, estudou em Salamanca e Alcalá e ordenado em 1525. Desejava anunciar o Evangelho no novo mundo, mas os “cristãos novos” (judeus convertidos) não tinham o direito de embarcar para a América e, em alternativa, foi-lhe confiada a missão de reavivar a fé dos habitantes do sul de Espanha que tinham sofrido durante séculos a influência árabe. Verdadeiro “apóstolo da Andaluzia”, ele pregou com ardor em numerosas cidades, preso e absolvido pela Inquisição esteve na origem da conversão de S. João de Deus e S. Francisco de Bórgia. Conselheiro do bispo de Granada e dos pobres, foi um dos inspiradores do Concílio de Trento. A sua obra “Audi, filia et vide”, bem como numerosas cartas espirituais, colocam-no entre os maiores teólogos do séc.XVI. O Papa Bento XVI proclamou-o em 2012 Doutor da Igreja.

Actos 9, 31-42 ; Sal 115, 12-17 ; João 6, 60-69

“Também vós quereis partir ?” Apesar da magnífica profissão de fé de Pedro: “…Nós cremos e sabemos que Tu és O Santo de Deus”, ele abandonará o Mestre nos dias da Paixão. Hoje como ontem a verdade perturba, incomoda, abana. Ela leva-nos a fazer a escolha de Cristo .

Será que estamos preparados ?