Liturgia Semanal

Inspirado nas Meditações Bíblicas. Irmãs Dominicanas de Taulignan. Supl. Panorama. E. Bayard. Paris.

4 de maio de 2014

QUARTA-FEIRA – 7/MAIO/2014 BTA MARIA LUISA TRINCHET (1684- 1759)

Fundadora, com S. Louis de Montfort, das “Irmãs da Sabedoria”, dedicadas ao ensino das crianças e cuidado dos doentes e pobres. Nas “Casas da providência” desta ordem, as Irmãs vivem com os órfãos, os velhos e os deficientes. Foi beatificada, em 1993, pelo papa S.João-Paulo II.

Actos 8, 1b-8 ; Sal 65, 1-3a . 4-7a ; João 6, 35-40

“TODOS AQUELES QUE O PAI ME DÁ” (João 6,35-40). Nós que temos a fé de Cristo, não estamos imunes a um certo farisaísmo: talvez digamos: nós somos os crentes e existem os outros, os não-crentes, senão malditos, pelo menos em risco de o serem. Jesus, neste evangelho, sublinha o carácter absoluta e divinamente gratuito da fé. Não apenas a fé é dom de Deus, mas nós mesmos, crentes, somos entregues pelO Pai a Jesus. Subtileza? Não ! Só O Espírito Santo pode fazer-nos entender o significado de ser entregues pelO Pai a Jesus.




A fé não é pois “alguma coisa” exterior a Deus de que nos possamos apropriar. Ela é a relação viva entre O Pai e O Filho no seio da Vida Trinitária. O Pai entrega-nos sem cessar aO Filho, e se O Filho acolhe os crentes, não é pelas qualidades que eles tenham, nem sequer pela sua fé ; mas, diz-nos Jesus, por causa dO Pai, porque Ele recebe tudo de Seu Pai e veio somente para fazer a Vontade d’Aquele que O enviou. Ao desprender-nos de nós próprios, Jesus não nos detém em Si mesmo e faz-nos voltar, com Ele, para O Pai. Isto permanece um grande Mistério, impossível de exprimir, mas é a única explicação que deveria arrastar o maior número de homens possível, a partir de hoje, nesta relação entre O Pai e O Filho, para que O Pai em tudo seja glorificado. Quando ouvimos as testemunhas relatar a conversão, somos tocados pela mudança radical e profunda que se deu nas suas vidas. No seu itinerário, há claramente um “antes” e um “depois” desta descoberta de Deus. Antes, a sua vida era marcada por uma grande fome não saciada mas, depois da experiência que lhe abriu o coração à fé encontram uma nova e definitiva orientação para a sua vida. Eles foram surpreendidos pela Presença de Cristo. A palavra de Jesus tomou neles carne e a sua alma ficou a partir daí saciada.



No fundo do coração de quem acredita, abre-se uma porta. Cristo pode então entrar e levar-nos para essa Vida eterna. Aí, Ele é O Pão da vida, o alimento dos que n’Ele esperam.