Actos 7, 51-8,1a ; Sal 30, 3cd-4. 6ab. 7b. 8a.17. 21ab ; João 6, 30-35
ENTRE AS MÃOS DO PAI (Actos 7,51-8,1a ; Salmo 30). Que contraste entre a cena da lapidação de Estêvão, tecida de brutalidade e de ódio, e os versículos do Sal.30 escolhidos como contraponto à primeira leitura ! Este salmo, pronunciado por Cristo do alto da Cruz, retomado pelos primeiros mártires, é a resposta dO Justo perante o desencadear da violência. Quando um homem aceita deixar de dar livre curso á sua sede de vingança, ele abandona-se entre as mãos dO Seu Pai. “O Teu amor faz-me dançar de alegria: abriste uma passagem à minha frente”.
QUE SINAL ? (Jo.6,30-35). Nós estamos dispostos a acreditar.
Mas dá-nos ao menos um sinal “Faz” alguma coisa ! Jesus responde não fazendo
nada, com silêncio total sobre a Sua pessoa. Mas Ele retoma a argumentação dos
interlocutores que pode resumir-se em três palavras : “Moisés - deu-nos - o
maná” que substitui por: “O Pai -.dou-vos (hoje) - O Pão verdadeiro”. Meditemos
comparando cada um destes três elementos paralelos para ler a vida de hoje à
luz desta afirmação de Cristo. Não deveriam eles exprimir no nosso coração de
crentes uma imensa alegria ? Se muitas vezes andamos tristes e inquietos, não
será por, tal como os Judeus, nos refugiarmos no Antigo Testamento, apenas
tempo de Moisés e de sinais ? Jesus suscitou aos Judeus o desejo dO Pão que Ele
traz, tal como fez desejar a Água viva à Samaritana. Então pôde falar de Si
mesmo e fê-lo: “Eu Sou O Pão da Vida”, e explicou esta declaração não com
provas, demonstrações, mas com a garantia do seu efeito, do seu resultado:
porque Eu sou O Pão, quem O comer ficará saciado. O pão não é para se ver,
discutir, analisar, mas sim para alimentar. Como se dissesse : “Comei-Me; será
então que vós Me reconhecereis por Aquilo que Eu sou.
Partilhai O Pão que hoje vos oferece a Minha Igreja e
conhecer-Me-eis verdadeiramente”.