Liturgia Semanal

Inspirado nas Meditações Bíblicas. Irmãs Dominicanas de Taulignan. Supl. Panorama. E. Bayard. Paris.

4 de maio de 2014

SEGUNDA-FEIRA – 5/MAIO/2014 S. ÂNGELO DA SICÍLIA (1185-1219); STA JUDITE (1260)



S. ÂNGELO DA SICÍLIA (1185-1219) Carmelita aos 18 anos, na Palestina, foi enviado a Roma a defender a ordem. Na Sicília combateu os cátaros (albigenses) e foi ali, enquanto pregava na igreja de S.Tiago de Licata, morto pelo marido duma mulher que ele convertera.
STA JUDITE (1260). Viúva muito jovem, esta princesa viveu na solidão, na pobreza e na solidão. A sua conduta virtuosa causou numerosas conversões. É a Padroeira da Prússia.

Actos 6, 8-15 ; Sal 118, 23-24. 26-27. 29-30 ; João 6, 22-29

A OBRA DE DEUS (Act.6,8-15). Não podemos esquecer que Jesus, Estêvão e Paulo foram atormentados e os dois primeiros mortos por homens religiosos convictos e não por perseguidores pagãos. O que estava em questão, era uma certa ideia de Deus, do Seu desígnio para os homens e da atitude a ter com Ele. Estêvão, como Jesus, espanta certos grupos de Jerusalém pela sua tranquila certeza, fruto de um grau de interioridade que lhes era desconhecido, só possível com O Espírito Santo. Estêvão, “cheio de graça e de força (…) com a sabedoria e O espírito que marcavam as suas palavras”, inquieta-os pela sua audácia perante valores que lhes parecia impossível serem contestados : o Templo e a Lei.


A observância religiosa, piedosa mas tacanha dos inimigos de Estêvão, não os deixa sequer suspeitar da liberdade de coração e de acção, fruto do verdadeiro conhecimento de Deus, da qual aliás o A.T. dá testemunho e preparava o desenvolvimento. Deixemos este texto tocar-nos profundamente e alertar-nos com mansidão : segundo o caso, pode criticar a nossa estreiteza e os nossos medos, ou fazer-nos sentir os limites duma vida interior cheia de hábitos que não levam a nada, ou ainda cortar cerce as audácias e as precipitações que não provêm da meditação amorosa da vontade de Deus. Se nos deixarmos conduzir,o texto esculpirá também em nós “um rosto de anjo”, não com face angélica triste mas, definitivamente, com traços de profundidade enérgica e potência calma.
ESSE PEQUENO PASSO QUE SALVA (Jo.6,22-29). Quando os interlocutores lhE perguntam o que devem fazer, O Mestre convida-os a mudarem de atitude : “ A obra de Deus é esta: acreditardes n’Aquele que Ele enviou”. Deus respeita tanto a nossa liberdade que aguarda, como um mendigo, a esmola de um desejo do nosso coração para manifestar o Seu amor. Perante O Criador do céu e da terra, quem será o primeiro? Seremos capazes de lhE manifestar este dom com as nossas obras, mesmo as mais geniais, ou muito simplesmente confiando n’Ele?

Peçamos a Maria, que arriscou a vida ao pedido do anjo, para ousarmos dar esse pequeno passo que salva.