Quando STA Teresa de Jesus soube da morte de S. João
d’Ávila gritou : “Eu choro porque a Igreja perde uma das suas colunas e as
almas um socorro poderoso”. S. Pedro d’ Alcântara também não hesitou em afirmar
que ninguém ultrapassava este santo no conhecimento das veredas espirituais. O
homem que merecia tais elogios era um teólogo, nascido na alvorada do século de
ouro espanhol. Filho de uma família judia convertida, estudou em Salamanca e
Alcalá e ordenado em 1525. Desejava anunciar o Evangelho no novo mundo, mas os
“cristãos novos” (judeus convertidos) não tinham o direito de embarcar para a
América e, em alternativa, foi-lhe confiada a missão de reavivar a fé dos
habitantes do sul de Espanha que tinham sofrido durante séculos a influência
árabe. Verdadeiro “apóstolo da Andaluzia”, ele pregou com ardor em numerosas
cidades, preso e absolvido pela Inquisição esteve na origem da conversão de S. João
de Deus e S. Francisco de Bórgia. Conselheiro do bispo de Granada e dos pobres,
foi um dos inspiradores do Concílio de Trento. A sua obra “Audi, filia et
vide”, bem como numerosas cartas espirituais, colocam-no entre os maiores
teólogos do séc.XVI. O Papa Bento XVI proclamou-o em 2012 Doutor da Igreja.
Actos 9, 31-42 ; Sal 115, 12-17 ; João 6, 60-69
“Também vós quereis partir ?” Apesar da magnífica profissão
de fé de Pedro: “…Nós cremos e sabemos que Tu és O Santo de Deus”, ele
abandonará o Mestre nos dias da Paixão. Hoje como ontem a verdade perturba,
incomoda, abana. Ela leva-nos a fazer a escolha de Cristo .
Será que estamos preparados ?