Liturgia Semanal

Inspirado nas Meditações Bíblicas. Irmãs Dominicanas de Taulignan. Supl. Panorama. E. Bayard. Paris.

12 de maio de 2012

V I DOMINGO DA PÁSCOA – 13/MAIO/2012 NOSSA SENHORA DE FÁTIMA (1917).


Escreve Lúcia : “Vimos sobre uma carrasqueira uma Senhora vestida de branco, mais brihante que o Sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal atravessado pelos raios ardentes do sol” (…) “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar os sofrimentos que Ele quiser enviar-nos num acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores ?” (…) “Rezem o terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo…”

Actos 10, 25-26. 34-35. 44-48 ; Sal 97, 1-4 ; 1João 4, 7-10 ; João 15, 9-17

Nada mais além dO Amor

Jesus está prestes a passar deste mundo para O Pai. Já não ficará por muito tempo na proximidade física dos discípulos. É então que, neste “discurso de despedida”, lhes deixa o testamento do amor fraterno:“Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”, a preparar os discípulos para o tempo da Igreja prestes a iniciar-se. É que a morte na Cruz e o seu regresso aO Pai não põem termo à amizade vivida até aí; esta porém terá que ser vivida no mundo a partir de agora de outra maneira, como uma Presença no íntimo de uma aparente ausência.


A Escritura não começa com o amor do homem por Deus mas com O Amor de Deus pelos homens. Assim, nós não somos apenas amáveis : somos seres profundamente amados. No Levítico, o povo de Israel já está consciente das implicações“horizontais”da Aliança com Deus através do Mandamento : “Tu amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Levítico19,18). Com Cristo o amor fraterno torna-se muito mais que um simples código de conduta moral. Ao dar-lhes este Mandamento, Jesus faz entrar os discípulos no acto de amor que O Iiga aO Pai. O amor que Jesus propõe aos cristãos compromete-os a agirem para servir os outros. A comunhão com Deus é inseparável da comunhão com os homens. Eis-nos transformados pela palavra de Deus, a abrir-nos aos pagãos, ao conjunto das nações, aos que estão longe. É que Deus não estabelece diferenças entre os homens ; subitamente, cada cristão terá que cultivar um amor sem barreiras nem fronteiras: um amor que tem como modelo a bondade sem limites de Deus para cada um das Suas criaturas.

É neste sentido que devem ser lidas as palavras de Bento XVI na Carta “Africae Munus” : “nós devemos abrir realmente as fronteiras entre tribos, etnias, religiões, à universalidade dO Amor de Deus”, porque finalmente, “o amor que nos faz amar o próximo é o mesmo que nos faz amar Deus” (Sto Agostinho).