Sacerdote franciscano, pregador poderoso, primeiro em
França e depois em Itália (Pádua). O Santo que “todo o mundo ama”, segundo a
expressão de Leão XIII, morreu em Pádua, mas o seu berço foi Lisboa e Coimbra. Aos
15 anos entrou na vida religiosa com o hábito de Sto Agostinho, mas o martírio
dos missionários franciscanos em Marrocos fe-lo optar pela Ordem de S.Francisco
pois desejava imitá-los e ir para a África do Norte. Contratempos médicos e marítimos levaram-no à
Sicília. Em 1222, quando estava em Forli (Ravena) foi subitamente convidado a
tomar a palavra e para estupefação geral revelou ser um pregador talentoso,
conhecedor das Escrituras. Ele que ambicionava uma vida de oração e silêncio
foi enviado a França para evangelizar os heréticos cátaros. Nomeado prior de
Limoges, mais tarde eleito provincial do norte de Itália, fixou-se finalmente
em Pádua onde morreu. Por causa dos seus
milagres, foi canonizado logo no ano seguinte à morte, mas durante muito tempo
ficou esquecida a sua obra teológica. Só em 1946 quando da sua proclamação como
Doutor da Igreja se descobriram seus sermões eruditos e vigorosos que a todos
propõem “um verdadeiro itinerário de vida cristã”, nas palavras de Bento XVI.
Ben-Sirá 39, 8-14 ; Sal 18B, 8-11 ; Mateus 5,13-19
Nem um pequeno traço da Lei
Literalmente “nem um só jota” da Lei, equivalente ao “i”,
pequeno traço com a altura das entrelinhas. Não estará Jesus a exagerar ? Ele
bem sabe que ninguém pode observar perfeitamente a Lei até às suas menores
exigências. Mas aqui, trata-se de outra coisa. Jesus afirma que a promessa,
esse longo acompanhamento de Deus no decorrer dos séculos, que se exprimiu em
Israel pelo dom da Lei, nunca desaparecerá. Deus não revoga nenhum dos Seus
dons. Ao contrário, é n’Ele, Jesus, que o dom de Deus vai ter seu pleno
cumprimento ; n’Ele, realiza-se a promessa, a Aliança é definitivamente
renovada.
E a Lei será plenamente cumprida porque o coração do homem
há-de ser transformada perfeitamente cúmplice da vontade de Deus.