Clarissa italiana cuja “vida foi uma ascensão constante no
caminho da perfeição, com um amor heroico a Deus a ao próximo”, segundo Bento
XVI, quando a canonizou em 2009.
1Pedro 1, 18-25 ; Sal 147, 12-15.19-20 ; Marcos10, 32-45
“Quem perder a sua vida (…) há-de encontrá-la”
Uma fórmula contraditória, de tal forma abrupta e paradoxal
que nos parece absurda e insensata ! O que Jesus propõe é o contrário a toda a
sabedoria humana e a qualquer projecto de vida sensato e justo. Mas para se
compreenderem estas palavras de Jesus é necessário segui-lO até ao fim, no Seu
caminho de anúncio da Boa-Nova e de apelo à conversão. Caminho que O levou à
morte na Cruz, mas igualmente até junto dO Pai. Para se compreenderem e
aceitarem as Suas palavras é necessário experimentar na própria vida o que
significa seguir Jesus: quem perde a sua vida por amor e por fidelidade há-de
“encontrá-la”, e viverá uma vida nova, liberta do medo, transfigurada pelo amor
e a presença de Deus!
APESAR DOS NOSSOS PEDIDOS PATÉTICOS… Logo a seguir ao
anúncio dramático por Jesus da Sua próxima Paixão, o pedido de Tiago e João
parece-nos patético, apesar de, como num espelho, nos reconheçermos nele ! É
que nas comunidades cristãs as disputas de poder são uma realidade ; a inveja,
o desejo de fazer carreira, estão escondidos no fundo de nós mesmos. Cristo
convida-nos a não nos moldarmos nem ao mundo nem às nossas pulsões, mas à Sua
maneira de nos servir. Não se trata de uma utopia : somos chamados a ter uma
atitude de dom total.
Tal como Cristo, temos que nos dar a todos ; só assim
seremos, como Ele, filhos de Deus.