Terciária dominicana, persuadiu o papa Gregório XI que
vivia em Avignon a regressar a Roma. Analfabeta, ditou várias obras místicas
que lhe valeram a nomeação em 1970, de Doutora da Igreja. É co-padroeira da
Europa.
Actos 4, 8-12 ; Sal 117, 1. 8-9. 21-23. 26. 28cd-29 ;
1João 3,1-2 ; João 10,11-18
Vê-lO-emos tal como Ele é
Os 2 primeiros versículos do cap. 3 da 1ª Epístola de S.
João são de grande densidade teológica : situam-nos entre o “já além” e o
“ainda não” da condição humana, em que o horizonte é o face-a-face com O
Senhor, a que os Padres gregos chamam a nossa divinização. Isto não significa
que tenhamos “Deus” como natureza, mas sim que seremos restaurados na nossa
realidade de criaturas, criadas à imagem e semelhança de Deus no que n’Ele é
amor e comunhão. O tempo concedido destina-se a ser o lugar da resposta, a
iniciar com a purificação do coração, pois, se acreditamos no Evangelho,
sabemos que “os corações puros verão a Deus”.
Se há um texto que convida à contemplação, é este. Diz-nos
que somos transformados pelo que escolhermos olhar, e isto, precisamente, com
os olhos da fé no claro-obscuro actual. Deus é Luz e Cristo é o “esplendor da
Sua Glória e expressão dO Seu Ser” – Hebreus 1,3. S. Paulo repete isto mesmo :
“E nós todos que, com o rosto descoberto, reflectimos como num espelho a glória
dO Senhor, somos transfigurados na Sua própria imagem cada vez mais gloriosa…”2
Coríntios 3,18. Não percamos a coragem se não nos sentirmos fascinados por esta
luz, em nós e nos outros (com a excepção de alguns santos). Recordemos que estamos a caminho e que Deus
age em segredo. Sendo assim, saibamos ajustar os desejos à maravilha do futuro
prometido.
ESCUTAR A VOZ DA VIDA OFERECIDA POR JESUS. Jesus é O Bom
Pastor, é O Verdadeiro Pastor. Sabemos isto perfeitamente e até temos o desejo
que Ele nos conduza. Mas será que escutamos a Sua voz ? Que peso tem ela no
meio das outras vozes mais sonoras que se fazem ouvir ? Muitas vezes preferimos
deixar-nos guiar por outras vozes falsas mas mais sedutoras. Pela voz doce e
sonora da publicidade que encharca o rebanho de consumidores a que pertencemos.
Esta voz promete-nos uma vida melhor, sem esforço e a custo mínimo. Atinge-nos
semelhante a um mercenário que procura capturar presas e não defendê-las.
Ouçamos antes a Voz do Bom Pastor que nos ajuda a desembaraçar do supérfluo.
Neste domingo de oração pelas vocações, o Bom Pastor vem
iluminar-nos o íntimo. A Ele interessam todas as nossas escolhas: pessoais e
colectivas, económicas e políticas, pequenas decisões e grandes compromissos.
Nada do que fazemos lhE é indiferente ! Inventemos tempo para que a oração
ilumine - como a Igreja pede - as nossas decisões.
Escutemos a Voz da Sua Vida oferecida.