Liturgia Semanal

Inspirado nas Meditações Bíblicas. Irmãs Dominicanas de Taulignan. Supl. Panorama. E. Bayard. Paris.

17 de abril de 2014

DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR – 20/ABRIL/2014



Actos 10, 34a. 37- 43 ; Sal 117,1-2.16-17. 22-23 ; Col.3, 1-4 (ou 1Col.5, 6b-8) ; João 20,1-9

“VÓS SABEIS O QUE SE PASSOU…” Cristo ressuscitou, Aleluia! Sim, na verdade Ele ressuscitou! Pedro, ao dirigir-se ao centurião romano Cornélio, recorda em primeiro lugar o que todos podiam saber: a história de Jesus da Nazaré desde os seus começos na Galileia até à deposição no túmulo. A seguir anuncia-lhe o que apenas ele e mais alguns outros tinham testemunhado : esse Jesus fora ressuscitado por Deus que O fizera Senhor e Juiz dos vivos e dos mortos. Eis o que de facto sucedeu noutro tempo e lugar. Todavia, se o grito pascal “Cristo ressuscitou! Sim, Ele ressuscitou de verdade !” continua a soltar-se hoje dos nossos lábios e a encher-nos o coração, é por esse acontecimento estar vivo, como semente que deseja frutificar na nossa vida. “Vós ressuscitastes com Cristo” diz-nos S.Paulo. Tudo o que O Apóstolo escreveu pode resumir-se assim : “Continuai a ressuscitar com Ele, aqui, agora e sempre”. “Vós sabeis o que se passou: Cristo ressuscitou !”.


Sim, nós sabemo-lo, mas tão pouco e tão superficialmente ! Trata-se dum mistério insondável por ser também o mistério dO Amor de Deus. Há 2 patamares de conhecimento que teremos de ultrapassar permanentemente porque quem pretender saber tudo bloqueará o germinar da semente pascal na sua vida e será causa de sofrimento para toda a Igreja. Cristo está ressuscitado ; na verdade Ele ressuscitou ! Não sabemos ainda o sentido completo da ressurreição e uma das lições das leituras da liturgia da Palavra será : ficar abertos e sensíveis à aprendizagem ; deixar que O Espírito Santo nos ensine, até ao conhecimento perfeito, até ao cântico de aleluia que cantaremos eternamente no céu.
VER, COMPREENDER E ACREDITAR (Jo. 20,1-9). O sudário continuava no lugar, aplanado. Ninguém lhe tocara, mas o corpo já não está ali. Como se tivesse saído de dentro. João, o discípulo que Jesus amava, avista as roupas. Pedro contempla-as. Mas nada faz sentido. Quem podia ter tido a ideia de carregar um corpo nu e repôr todos os panos no lugar ? E porquê ? Imediatamente, ao entrar também, João “vê” o invisível. Ele “vê”, como quando se diz: “Eu vejo o que tu queres dizer”. Ou seja, ele compreende. Ele compreende a realidade daquilo que Jesus tinha anunciado. Ele agora vê que “era necessário que Jesus ressuscitasse dos mortos”. Mas há ali um facto em bruto que se impõe: o túmulo aberto, com tudo no lugar como na Sexta-Feira Santa à noite, todavia o corpo de Jesus foi-se… Falta compreender e interpretar os indícios. A fé no anúncio que Jesus ressuscitou permite essa interpretação. O encontro dO Ressuscitado virá confirmar ser bom ter tido fé e virá suscitá-la. Na tarde da Páscoa, O Senhor fará uma longa catequese aos discípulos de Emaús, abrindo-lhes o espírito ao entendimento das Escrituras. E ensinar-lhes-á a retomarem o gesto surpreendente de Quinta-Feira Santa: a antecipação da Sua vinda em glória e realização da Sua presença. A Eucaristia celebrada na fé irá manter em Si, até ao regresso dO Senhor, a manifestação perene dO Ressuscitado. Ela cola-nos à oferenda que Jesus fez da Sua vida.

Comungando O Ressuscitado, morremos em nós mesmos para amar. Como Ele !