Liturgia Semanal

Inspirado nas Meditações Bíblicas. Irmãs Dominicanas de Taulignan. Supl. Panorama. E. Bayard. Paris.

17 de abril de 2014

QUARTA-FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA – 23/ABRIL/2014




Actos  3,1-10 ; Sal 104,1-4. 6-9 ; Lucas  24,13-35



“…TODOS OS DIAS O COLOCAVAM…” (Actos 3,1-10). Anunciam-nos hoje um milagre significativo, realizado em Nome de Jesus e destinado a manifestar a Senhoria de Jesus ressuscitado, verdadeiro mestre da Criação. Mas para o milagre acontecer num dia igual aos outros, fora necessário que, todos os dias, durante anos alguns homens levassem o paralítico onde ele não podia ir pelo seu pé, para aí o colocarem e de volta trazerem ao entardecer. Quem eram eles? Não o sabemos, o texto apenas diz “alguns”; nem sequer sabemos porque faziam este acto de misericórdia. Certamente não esperariam encontrar nesse dia o aleijado “a andar e a saltar, louvando a Deus”. Fosse como fosse, cegamente, ano após ano, eles tinham prestado este serviço e, um dia, o seu alcance e valor tinha sido transfigurado.




Talvez isto tenha significado para nós; não nos é sempre possível falar imediatamente “em nome de Jesus-Cristo” (ainda que não devamos ser tímidos neste ponto) e alargar a missão do apóstolo Pedro. Mas a continuidade no serviço dos homens, em especial dos mais próximos e, entre estes, dos mais pobres, aparece-nos hoje no seu significado último: preparação para a revelação do poder de salvação dO Nome de Jesus.

“A VITÓRIA DEFINITIVA DO AMOR” (Actos 3,1-10).  Caminhar com Jesus ganha o sabor de aventura ! Dois discípulos caminham cheios de tristeza, no terceiro dia da morte de Jesus. Teriam podido ir ao túmulo e talvez também tivessem visto os anjos ! Não foram porém sensibilizados pelo relato das mulheres e vão mergulhados numa lógica de desespero. Mas “Jesus em pessoa aproxima-Se e caminha com eles…” O Ressuscitado toma a iniciativa de Se fazer Seu companheiro de viagem. Os dois homens que iam para Emaús estavam longe de imaginar até onde o seu misterioso companheiro de jornada queria levá-los, e a nós com eles. Amando-nos primeiro, em extremo, até ao fim, Jesus-Cristo abriu o caminho que leva este mundo aO Pai. Ele acompanha-nos nos caminhos da vida e continua presente, como outrora, nas preocupações de cada um, na leitura e na interpretação das Escrituras, na Fracção do pão. Ao partir o pão da hospitalidade para aqueles discípulos, Ele recordou o Seu corpo rasgado para que todos tivessem a vida. Então seus olhos abriram-se, como os nossos, cada vez que celebramos a Eucaristia, vitória definitiva do amor sobre a violência e a morte.



Sim ! Não há maior amor do que dar a vida pelos amigos…