Liturgia Semanal

Inspirado nas Meditações Bíblicas. Irmãs Dominicanas de Taulignan. Supl. Panorama. E. Bayard. Paris.

17 de abril de 2014

SEGUNDA-FEIRA – 14/ABRIL/2014



Isaías 42, 1-7 ; Sal 26.1-3.13-14 ; João 12,1-11

“EIS O MEU SERVO…” (lsaías 42,1-7).Nós podemos, antes de abordar as leituras de Isaías, que nos hão-de guiar progressivamente para a cruz de Jesus, sublinhar uma frase misteriosa do evangelho de amanhã : “Agora O Filho do homem foi glorificado e Deus foi glorifi-cado n’Ele”. Jesus fala no passado. Portanto, em todos os acontecimentos precedentes, de que a traição de Judas marca o desenlace fatal, Deus foi glorificado. Nós, que em princípio procuramos a glória e a reivindicamos como razão de ser das nossas acções, deixemo-nos guiar para uma melhor compreensão do que é verdadeiramente para nós hoje a Glória de Deus. Uma coisa é de imediato evidente : por nós mesmos somos incapazes de o compreender; arriscamo-nos sempre ao equívoco.


A prova são os sacerdotes que tinham lido, relido e inúmeras vezes comentado estas passagens de Isaías. Eles faziam o voto de procurar só a Glória de Deus, e aguardavam O servo ideal, o Eleito de Deus que, pelo poder dO Espírito, a manifestaria a todas as nações. E todavia não O reconheceram quando, em carne e osso, Ele veio para o meio deles. Esperavam um Cristo que viesse conformar a glória de Deus à sua própria glória, que viesse consolidar as seguranças da sua ciência teológica, da sua moral e religião, e assim confirmar a aliança firmada com Abraão e a sua descendência… Não lhes atiremos porém pedras. Na vigília da Paixão, será que os apóstolos viram mais claramente ?
“A CASA FICOU CHEIA COM O ODOR DO PERFUME…” (João 2,1-11). Na semana em que é proclamada a salvação da humanidade, a liturgia começa com a história de uma mulher, Maria, a derramar perfume nos pés de Jesus. Porquê? Este gesto arrebatador de humildade, ditado pelo seu amor vai revelar-se profético. Maria de Betânia dá a Jesus um presente inestimável, sinal de um amor sem limites e do reconhecimento da Sua dignidade única. É este perfume que se espalha na casa, na Igreja. O amor surgido da fé em Cristo, é a expressão do mistério escondido a todos os sábios e curiosos. Maria teve a intuição da infinita gratuitidade do Dom de Deus, até à morte e sepultura.

Nesta semana, vamos aproximar-nos do Seu mistério, acompanhá-lO na Sexta-feira na morte, e no silêncio da germinação de Sábado Santo, para nos erguermos com Ele na noite pascal. Vamos a caminho desse acto incrível em que Cristo nos dá a vida.