Liturgia Semanal

Inspirado nas Meditações Bíblicas. Irmãs Dominicanas de Taulignan. Supl. Panorama. E. Bayard. Paris.

6 de abril de 2012

DOMINGO DE PÁSCOA – 8/ABRIL/2012 BTA CONSTANÇA (1247-1300).


A bondade desta rainha de Aragão era tão grande que Dante a colocou no “Paraíso” da “Divina Comédia”. Mãe da rainha Santa Isabel de Portugal.

Actos 10, 34a. 37-43 ; Sal 117,1-2.16-17. 22-23 ; Colossenses 3,1-4 ; João 20,1-9

O ressoar incessante dO Aleluia

Na tarde de 6ªFeira Santa, O Crucificado foi descido da Cruz. Nicodemos e José de Arimateia depuseram-nO apressadamente no sepulcro e depois da pedra rolar na entrada tudo se calou no grande silêncio do Sábado. Na manhã do 1º dia da semana, as mulheres acorrem. A pedra está retirada, as mortalhas dobradas à parte e o túmulo vazio. Um jovem vestido de branco pergunta : “Procurais Jesus de Nazaré, O Crucificado ? Ele
ressucitou, não está aqui !”. Assim se apresenta o acontecimento mais importante da história da humanidade.

Embora seja difícil de imaginar a revolução histórica que este acontecimento provocou, podemos ao menos sentir a alegria que ele faz surgir, alegria que pode resumir-se numa palavra : “Aleluia!”. Aos Hossanas que enterraram Cristo, respondem num eco as Aleluias da Sua saída do túmulo. O domingo da Ressureição é o grande dia em que se diz e canta, com maior vibração e solenidade, O Aleluia de todas as liturgias. É a alegria dO “Exultet” que o diácono canta, uma grande alegria cósmica, alegria de um mundo regenerado no qual o homem reconciliado com si mesmo se reencontra unido com O Seu Criador.
Uma criança interrogada sobre o significado da palavra “Aleluia” deu uma resposta reveladora: Quer dizer“Yupii!”. Santo Agostinho também nos diz: “Aleluia, palavra boa, feliz, cheia de alegria, de ternura,de suavidade”. Finalmente, se hoje cantamos “Aleluia” é para melhor levar a alegria da Boa Nova aos homens do nosso tempo. Façamo-lo de modo que a vida dO Ressuscitado se estenda até às terras longínquas, para que cada ser humano possa viver desta Vida vitoriosa de todas as mortes.

O OUTRO DISCÍPULO CORREU MAIS DEPRESSA QUE PEDRO... Perante o túmulo aberto e a ausência do cadáver, Maria Madalena, pensa que “retiraram O Senhor do túmulo”. Avisa Pedro e o “outro discípulo”. Esse discípulo desconhecido sobrepõe-se por três vezes a Simão-Pedro. Primeiro ele é o “discípulo que Jesus amava”, enquanto nada de semelhante se diz de Pedro. Depois, ele corre mais depressa ! O texto diz apenas que ele “viu e acreditou”; acreditou também mais depressa que Pedro. Finalmente ele é o primeiro a compreender que“conforme a Escritura, será necessário que Jesus ressuscite de entre os mortos”. Mas esta superioridade desaparece ao deixar que Pedro entre primeiro no tumúlo… Pedro olha à volta: os lençois mortuários não servem para nada ! Seria esse “outro discípulo” o próprio evangelista, que por humildade não se dá a conhecer ? Mas não será, pelo contrário, pretencioso apresentar-se como “o discípulo que Jesus amava”, sugerindo uma superioridade física e espiritual sobre Pedro ? Há uma explicação possivel, se “o discípulo que Jesus ama” representar qualquer um que se saiba amado pelO Senhor ressucitado e, ao frequentar as Escrituras, ver e acreditar nO Senhor Jesus. Nesta lógica do evangelista, “o discípulo que Jesus ama” também pode ser Simão-Pedro.

Encontra-se aqui um ponto da fé cristã: O Ressuscitado, porque nos ama abre-nos o espírito à compreensão das Escrituras e leva-nos, ao contemplarmos a Cruz, a acreditarmos na Sua Ressureição.